Nomes Principais de Jesus Cristo

Nomes Principais sobre Jesus Cristo

A IMPORTÂNCIA DA PESSOA DE JESUS CRISTO E DA SUA OBRA

Cristologia é a matéria dentro da teologia que trata da doutrina da Pessoa (ontologia – o ser de Jesus Cristo) e obra (função) de Jesus Cristo. Temos que aprender mais e mais quem é Jesus Cristo e o que Ele fez, faz e fará para glória de Deus Pai e ao nosso favor.

Temos que nos concentrar no que Jesus fez e tratar a questão ontológica de quem Ele é. Na verdade, seria psicologicamente impossível, tanto para os homens modernos quanto para os homens dos tempos do Novo Testamento, satisfazerem-se com um interesse restrito ao valor funcional de Jesus, ou seja priorizar tão somente as suas obras e nunca questionar ou tratar da questão ontológica que seu valor funcional lhes impõe.

A Pessoa e a obra de Cristo estão inseparavelmente relacionadas. Mas visto que a primeira é fundacional, isto é, é a base para a última, inicialmente nos concentraremos na sua Pessoa. Primeiro analisaremos os nomes e títulos que a Bíblia atribui a Jesus Cristo. Isso nos dará algumas ideias tanto sobre sua Pessoa quanto sobre sua obra.

Na Bíblia, os nomes são muito importantes. Algumas vezes o nome de uma pessoa é o equivalente do seu portador. O homem Nabal (em hebraico, “louco”), por exemplo, era simplesmente como seu nome: “Porque o que significa o seu nome ele é: Nabal [louco] é o seu nome, e a loucura está com ele” (1 Samuel 25.25). Em outras ocasiões, a mudança do nome de uma pessoa representava sua mudança em status. Quando Deus mudou o nome de Abrão para Abraão (significando “o pai de muitos”), isso significou que ele se tornaria “o pai de muitas nações” (Gênesis 17.5).

O nome de Deus é de modo particular significante. É sinônimo do próprio Deus. De acordo com os escritos da Sagrada Escritura, o Senhor salva por seu “nome” (Salmo 54.1), protege por seu “nome” (Salmo 20.1), e seu “nome” é uma “torre forte” onde os justos encontram refúgio (Provérbios 18.10). Além do mais, os piedosos confiam em seu “nome” (Salmo 20.7), eles se regozijam em seu “nome” (Salmo 89.16), e oram invocando seu “nome” (Salmo 80.18; Mateus 6.9). Ninguém nunca deve tomar o “nome” de Deus em vão (Êxodo 20.7), nem jurar falsamente em seu “nome” (Levítico 19.12). De fato, como Levítico 24.16 ensina, tão forte era a proibição a blasfemar contra o “nome” do Senhor (isto é, o próprio Deus), que a blasfêmia era considerada um delito capital.

O mesmo pode ser dito com respeito aos “títulos” atribuídos a Deus na Escritura. “Deus Altíssimo” (Gênesis 14.19,20), “Senhor” ou “Mestre” (Gênesis 15.2; Salmo 8.1,9), e “Deus Todo-Poderoso” (Gênesis 17.1; Êxodo 6.3), são exemplos de títulos que nos dizem algo significante sobre o Deus da Escritura, ou seja, nosso Deus e Pai.

NOMES E TÍTULOS DE JESUS CRISTO

Um estudo dos nomes e dos títulos de Jesus Cristo deve nos dar maior compreensão de quem Ele é e da Sua obra ao nosso favor. Encontramos em torno de 320 nomes e títulos atribuídos a Jesus Cristo em toda a Bíblia. Inicialmente vamos abordar os principais nomes e títulos, a saber: JESUS, CRISTO, SENHOR, FILHO DO HOMEM, FILHO DE DAVI, SERVO, PALAVRA DE DEUS, DEUS E FILHO DE DEUS. Depois iremos dispor de uma lista que inclui apenas alguns dos mais proeminentes nomes e títulos, organizados em três seções de acordo com nomes e títulos que refletem a natureza de Jesus Cristo, a Sua posição na tri-unidade (trindade) de Deus e a Sua obra na terra em nosso favor. Mas vamos inserir nesta apostila (guia de estudo) os 320 nomes e títulos sobre o nosso bom Mestre, Senhor e Salvador Jesus Cristo.



PRINCIPAIS NOMES E TÍTULOS ATRIBUÍDOS A JESUS CRISTO

      1. O NOME “JESUS”

E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.” (Mateus 1:21).

Jesus” significa “Jeová salva”. O nome Jesus enfatiza a obra salvadora do Deus-homem; fala do objetivo ministerial de Jesus — único Redentor de homens e mulheres. Jesus é o único caminho para o Pai (João 14.6); o “Salvador do mundo” (João 4.42; 1 João 4.14).

Tecnicamente falando, Iesous (em grego) é o único nome de Jesus. O menino Jesus seria conhecido como “Jesus bar (filho de) José”. Porém, embora haja somente um nome real para o Filho de Deus encarnado, há vários títulos. Como R. C. Sproul diz: “O próprio nome de Jesus carrega em si a ideia de Salvador. Todos os seus títulos… indicam as qualificações de Jesus para ser o Salvador dos homens”.

O nome Jesus é especial entre todos os nomes de nosso Salvador e Senhor. É o seu nome pessoal. Muitos de seus outros nomes são, na verdade, títulos, não nomes pessoais. Isso é especialmente verdadeiro de nomes como Cristo e Senhor. Jesus, contudo, é o nome que foi dado a ele por seu próprio Pai e o nome pelo qual é conhecido e amado na família de Deus. É o nome acima de todos os outros nomes, pelo qual falamos com e sobre ele.

Quando lembramos o significado do nome Jesus, percebemos quão maravilhoso é esse nome. Seu nome pessoal na família de Deus é um que significa “Salvador” ou “Jeová salva”. Pense nisso! Todas as vezes que falamos com ou sobre ele pessoalmente, estamos dizendo que ele é e ele somente é o Salvador, o Salvador de Deus.

O significado do nome Jesus foi revelado pelo anjo Gabriel quando anunciou o nascimento de Jesus a José: “E lhe porás o nome de JESUS”, disse o anjo, “porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt. 1:21). Que riqueza de significado nesse único nome! A mensagem do anjo com respeito ao nome de Jesus significa que é Jeová quem salva. Ninguém mais pode fazê-lo! Jesus é o Salvador de Deus, não somente porque ele veio de Deus, mas também porque é Deus somente quem salva por meio dele.

O nome de Jesus fala também da certeza da salvação para todos aqueles que creem nele. Ele salvará o seu povo! Ele é o único Salvador certo e seguro, e isso porque ele veio de Deus e trouxe a grande salvação de Deus.

O nome de Jesus nos lembra também que ele é um Salvador do pecado. Muitos não querem tal Salvador. Querem somente alguém que encherá seus estômagos, curará seus corpos e resolverá seus problemas atuais. Mas aqueles que pela graça conhecem a si mesmos como pecadores diante de Deus, e que oram, “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”, como o publicado no templo, não ousando levantar seus olhos (Lucas 18:13), acham em Cristo o desejo de seus corações e a certeza que existe um caminho de escape, perdão e paz com Deus.

Que bênção conhecê-lo como Jesus! Verdadeiramente “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4:12). Que muitos possam conhecer esse nome, não como o nome de um mero homem que viveu alguns milhares de anos atrás, mas como o nome do Filho de Deus, o Salvador deles.

E um fato interessante: os cristãos na igreja primitiva deram testemunho de Jesus como Salvador, usando o desenho de um “peixe” ou a palavra “peixe” como sinais que os identificavam como cristãos. As letras da palavra grega para “peixe” (ichthus -  ΙΧΘΥC) formam um acrônimo (acróstico): “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”.



      1. Cristo (Christos – em grego)

Este achou primeiro a seu irmão Simão e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo)”. (João 1:41).

O nome Cristo não é do mesmo tipo que Jesus. Jesus é o nome pessoal do Salvador, como visto anteriormente, mas Cristo é um título. Esse título, Cristo, é o equivalente grego do hebraico “Mashiach” (Messias – Χριστός - “Khristós”). E entre todos os títulos de Jesus, esse é o título usado com maior frequência. Cristo significa, portanto, “ungido”. Jesus Cristo é o ungido por Deus para ser o Salvador do seu povo. Ele se refere ao fato que Jesus foi especificamente apontado e ordenado por Deus para fazer a obra do reino de Deus. Ele foi publicamente ungido com o Espírito no tempo de seu batismo (Mateus 3:16), assim como predito em Isaías 61:1-3, onde sua obra como o ungido é descrita também. Ele descreve a posição e obra que Jesus tem no reino de Deus.

Jesus foi ungido como Profeta, Sacerdote e Rei. Porque ele foi ordenado por Deus Pai e ungido com o Espírito Santo para ser nosso supremo Profeta e Mestre, nosso único Sumo Sacerdote e nosso eterno Rei. Como Profeta ele nos revelou plenamente o plano de Deus para nossa salvação; como Sumo Sacerdote ele nos resgatou pelo único sacrifício de seu corpo e, continuamente, intercede por nós junto ao Pai; como Rei ele nos governa por sua Palavra e Espírito e nos protege e guarda na salvação que ele conquistou para nós.

Por essa razão, Jesus é chamado de o Cristo da mesma forma como alguém poderia ser chamado de o Presidente. A diferença é que Cristo é único. Nunca houve, nem haverá outro Cristo. Jesus é o Messias prometido no Antigo Testamento. Quando Jesus veio ao mundo, ele foi reconhecido como o Cristo como visto em João 1:41.

Essa referência ao ofício profético, sacerdotal e real no nome Cristo é a razão pela qual o nome é tão importante. Ele é o fundamento da igreja (Mateus 16:18), pois a igreja não pode existir sem a obra de Cristo como Profeta, Sacerdote e Rei. O nome Cristo, confessado, é a prova da regeneração (1 João 5:1), pois uma pessoa não pode crer nele a menos que Cristo tenha lhe falado como Profeta, oferecido um sacrifício como Sacerdote no lugar dele, e liberto-o de Satanás como Rei.

Confessar que Jesus é Cristo não é meramente pronunciar o nome, mas dizer que ele é o nosso supremo Profeta e Mestre, nosso único Sumo Sacerdote, e nosso Rei eterno. É um reconhecimento de que seremos ensinados por ele somente, governados por ele somente, e abençoados por ele somente. Confessando que Jesus é o Cristo, buscamos a salvação nele somente.

Na Bíblia, a unção era um sinal de que alguém tinha sido escolhido por Deus para uma missão especial. O ungido era dedicado ao trabalho de Deus. Várias pessoas foram ungidas no Antigo Testamento:

Davi – como rei de Israel, dedicado a liderar o povo de Deus de maneira correta e temente a Deus – 1 Samuel 16:13.

Eliseu e Jeú – Jeú foi ungido como rei de Israel, para fazer a vontade de Deus, e Elizeu foi ungido como profeta de Deus – 1 Reis 19:16.

Arão e seus filhos – ungidos como sacerdotes, para servir no tabernáculo de Deus – Êxodo 40:13-15.

Objetos também podiam ser ungidos, indicando que seriam usados exclusivamente para a obra de Deus, normalmente no templo. A unção indicava uma vida consagrada a Deus.

Os profetas (1 Reis 19.16; Salmo 105.15; Isaías 61.1,2), sacerdotes (Êxodo 29.7; Salmo 133.2), e reis (1 Samuel 10.1; 16.13; Salmo 2.2,6), eram todos “ungidos” para cumprir o chamado feito a eles por Deus. O mesmo é verdadeiro quanto a Jesus, o Cristo. Em seu batismo, Jesus foi “ungido” pelo Espírito Santo (Mateus 3.16,17; Hebreus 1.9). Jesus veio “como nosso Redentor, e exerce o ofício de Profeta, Sacerdote e Rei”. Jesus Cristo foi ungido para exercer as funções de Profeta, Sacerdote e Rei.

Quando Jesus veio ao mundo, ele cumpriu todas as profecias sobre o Cristo. Os discípulos reconheceram-no como o Cristo prometido e ele ficou conhecido como Jesus Cristo (Mateus 16:15-17).

Nosso Mediador foi chamado Cristo, porque foi acima de toda a medida ungido com o Espírito Santo; e assim, separado e plenamente revestido com toda a autoridade e poder para exercer as funções de profeta, sacerdote e rei da sua Igreja, tanto no estado da sua humilhação, como no estado da sua exaltação.

Em Marcos 14.61,62 e João 4.25,26; 17.3, o próprio Jesus reivindica ser o Cristo de Deus (veja também Mateus 16.16 e João 11.25-27). E como Cristo o Salvador (João 17.3; Tito 1.4; 2.13; 3.6), ele é necessariamente divino (confira Marcos 14.61,62), pois como lemos em Isaías 43.11 e 45.21, somente Deus pode salvar.

No Antigo Testamento também profetizou sobre a vinda do Cristo, uma pessoa com uma unção especial para salvar o mundo. O Cristo traria restauração e salvação a todos que estão tristes, cansados e em sofrimento (Isaías 61:1-3). O Cristo seria um grande príncipe, mas também deveria morrer, para a salvação de nossos pecados (Daniel 9:25-26).

      1. Senhor

Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!” (João 20:28).

Senhor” (Kurios) é o segundo mais usado dos títulos de Jesus. No Antigo Testamento, lemos que o nome de Deus é Jeová ou Iavé. Ele é o grande “EU SOU”, o Deus do pacto de Israel (Êxodo 3.10-15). Deus é chamado também de Adonai, o Senhor e Mestre do universo (Salmo 110.1; Isaías 6.1). Na Septuaginta (tradução grega do Antigo Testamento hebraico), Kurios é usado para traduzir tanto Jeová quanto Adonai. Assim, quando se refere a Jesus como Kurios, o Novo Testamento atribui divindade a Ele. De acordo com a Escritura, Jesus é tanto Jeová (Romanos 10.13, compare Joel 2.32; 1 Pedro 3.14,15, compare Isaías 8.12,13; Hebreus 1.10-12, compare Salmo 102.25-27) quanto Adonai (Mateus 22.43-45; Hebreus 1.13; 5.6, compare Salmo 110.1-4). Isto é, o título Kurios fala da natureza divina de Cristo. Ele é divindade ontológica; ele é “Cristo, o Senhor (Kurios)” (Lucas 2.11).

Então há várias passagens onde “EU SOU” é atribuído a Jesus Cristo. No Evangelho de João, Jesus diz: EU SOU “o pão da vida” (6.35), “a luz do mundo” (8.12), “a porta das ovelhas” (10.7), “o bom pastor” (10.11), “a ressurreição e a vida” (11.25), “o caminho, a verdade e a vida” (14.6), e “a videira verdadeira” (15.1). Cristo também diz: “se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados” (8.24); “antes que Abraão existisse, EU SOU” (8.58); e “desde já vos digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais que EU SOU” (13.19). Essas são declarações extraordinárias, nas quais Jesus reivindica não ser menos que Jeová: Deus encarnado.

      1. Filho do Homem

E dizia-lhes: O Filho do Homem é senhor até do sábado.”. (Lucas 6:5)

Este é o terceiro mais usado dos títulos de Jesus. É seu meio favorito de autodesignação. “Filho do Homem” ocorre por volta de 84 vezes no Novo Testamento, 82 delas nos quatro Evangelhos (69 nos Sinóticos — Mateus, Marcos, e Lucas — e 13 em João). Em quase todos esses casos, é usado pelo próprio Jesus.

Jesus Cristo não somente é o “Filho de Deus”, é também o “Filho do Homem”. Fazendo distinção entre esses dois títulos, fica evidente que “Filho de Deus” fala da natureza divina de Jesus, e como Calvino aponta, “Filho do Homem” fala de sua natureza humana. Contudo, embora se refira à humanidade de Cristo como o Servo sofredor (Marcos 8.31; 9.31; 10.33,34,45), esse título também se refere a sua divindade (Mateus 16.27,28; João 3.13,14). Como o Filho do Homem, Jesus é o doador de vida espiritual (João 6.62,63), aquele que tem autoridade para perdoar pecados (Marcos 2.10), e “Senhor do Sábado” (Marcos 2.28). Como o Filho do Homem, ele será visto “assentado à direita do Todo-Poderoso [Deus o Pai] e vindo com as nuvens do céu” (Marcos 14.62). E como o Filho do Homem, Jesus recebeu “autoridade para julgar” toda a humanidade (João 5.27).

Esse título pode ser traçado voltando-se a Daniel 7.13,14, onde o Filho do Homem é revelado como coigual com Deus o Pai. Uma comparação com Daniel 7.9,10 e Apocalipse 1.12-16; 5.11,12, mostra a natureza exaltada do Filho do Homem bíblico. Com tudo isso em mente, B. B. Warfield escreve:

Na figura do “Filho do Homem” que Jesus traça para nós, é que vemos retratada sua natureza sobre-humana. Pois a figura assim trazida diante de nós é distintamente sobre-humana; uma figura não apenas no futuro, sentada à direita do poder e vindo com as nuvens do céu… mas alguém no presente mundo, exercendo funções de fato divinas.[18]



      1. Filho de Davi

Então, clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” (Lucas 18:38)

Esse título messiânico fala da função real de Deus. O Antigo Testamento tinha profetizado que o Messias viria da linhagem de Davi (2 Samuel 7; Isaías 11.1,2; Salmo 89). O Novo Testamento confirma que Jesus é o Messias. Ele é, escreve Mateus, “o Filho de Davi” (Mateus 1.1). Lucas declara que “o Senhor Deus lhe dará [a Jesus] o trono de Davi” (Lucas 1.32). Além do mais, numa de suas discussões com os fariseus, o próprio Jesus reivindicou ser Filho de Davi, em cumprimento do Salmo 110.1 (confira Mateus 22.41-45). E assim, atribuindo Senhorio divino ao Filho de Davi, o Salmo 119.1 atribui divindade a Jesus Cristo (Romanos 1.3,4). De fato, foi apenas porque percebeu que Jesus era o divino “Filho de Davi”, que o cego Bartimeu clamou ao Filho: “tem misericórdia de mim [Bartimeu]” (Marcos 10.46-48). Robert Reymond corretamente afirma que o título Filho de Davi “de fato não é um título dominante nos Evangelhos; todavia, quando ocorre, claramente atribui messianidade a Jesus; e toda evidência confirma a sua aceitação e aprovação desse título”.



      1. Servo

Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.” (Marcos 10:45).

Como foi observado, quando fala de Jesus como Servo, o Novo Testamento refere-se à função sacerdotal de Jesus. Como “o santo Servo [de Deus] Jesus” (Atos 4.27,30; 3.13,26), Cristo é o cumpridor das profecias do Servo no livro de Isaías (Isaías 42.1-9; 49.1-7; 50.4-9; 52.13-53.12, compare Mateus 12.18-21; 20.28). Jesus veio “não para ser servido, mas para servir, e dar sua vida em resgate de muitos” (Marcos 10.45).

Que Jesus Cristo, como o grande Sumo Sacerdote, é também o Servo sofredor, fala de sua natureza humana. O autor de Hebreus escreve que em sua função sacerdotal, Jesus foi feito “um pouco menor do que os anjos” (2.9); era dependente do seu Pai celestial (2.13); participou da carne e do sangue (2.14); foi sujeito à tentação (2.18); todavia, foi achado sem pecado (4.15).



      1. Palavra de Deus

No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.” (João 1:1,2).

Jesus é o Logos; é a Palavra de Deus (João 1.1,14; 1 João 1.1; Apocalipse 19.13). Esse título está impregnado de significado teológico e filosófico. De acordo com o Evangelho de João, Jesus é o Logos cosmológico que, como Rei, cria e providencialmente sustenta todas as coisas no universo (1.1-3). É também o Logos soteriológico, que, como Sacerdote, salva os homens e mulheres dos seus pecados (1.4,12,13; 14.6). Jesus também é o Logos epistemológico que, como Profeta, é a “verdadeira luz que ilumina todo homem” (1.9), e revela o Pai (1.18; 14.7,9). Como o Logos epistemológico (o Profeta), foco primário deste título, Jesus veio como a revelação suprema e final de Deus ao homem (João 1.1,14,18; Hebreus 1.1-3).

Em muito da filosofia grega, o logos era aquele princípio abstrato e impessoal que alegadamente dava propósito, unidade e significado a todas as coisas. No pensamento hebraico, por outro lado, uma “palavra” (logos) é ao mesmo tempo uma palavra interior, como um pensamento falado. Uma palavra serve a dois propósitos: dar expressão a um pensamento interior e revelar esse pensamento verbalmente a outros. Na crença semítica, então, o Logos de Deus é o que expressa a mente de Deus. E pode até mesmo ser chamado de a mente do próprio Deus.

Portanto, quando escreve que Jesus Cristo é o Logos de Deus, João está declarando que Jesus, como divindade ontológica, tanto expressa como reflete a mente de Deus. Como João 1.18 deixa claro, Jesus veio para explicar (exegeomai, “exegeta”) o Pai à humanidade. Em seu ministério profético, Jesus como a Palavra de Deus encarnada, nos dá a Palavra de Deus registrada: a Bíblia.

Além do mais, como Gordon Clark aponta, Jesus é “a Lógica de Deus” (a palavra portuguesa “lógica” é derivada de logos). Jesus Cristo é a verdade, a razão e a sabedoria encarnada (João 14.6; 1 Coríntios 1.24,30; Colossenses 2.3). E como tal, o Jesus pessoal (não um princípio abstrato) é quem dá coerência, unidade, consistência, propósito e significado a todas as coisas. Nas palavras de Paulo, Jesus é aquele em quem “todas as coisas subsistem” (Colossenses 1.17), trazendo ordem e harmonia para o universo criado.[20]



      1. Deus

Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!” (João 20:28).

No Novo Testamento, por oito vezes Jesus é especificamente chamado de Deus (Theos). No Evangelho de João lemos que “a Palavra [Jesus] era Deus” (1.1) e que Jesus aceitou abertamente seu reconhecimento, por Tomé, como “meu Senhor e meu Deus” (20.28). Paulo escreve que Jesus Cristo é o “Deus eternamente bendito” (Romanos 9.5), e que “Deus [Jesus Cristo] foi manifesto na carne” (1 Timóteo 3.16).[21] Paulo também o chama de “nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tito 2.13). Em sua segunda epístola, Pedro o chama de “nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 1.1). O autor de Hebreus, citando o Salmo 45, chama Jesus de “Deus” (1.8). E o apóstolo João diz, em 1 João 5.20, que “Jesus Cristo… é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. Com as possíveis exceções das declarações de “EU SOU” já estudadas aqui, é difícil conceber uma reivindicação mais alta da divindade de Jesus Cristo. Jesus é Deus.

Todavia, essas claras apelações à natureza divina de Cristo não têm ficado livres de desafios e contestações. Com respeito a Romanos 9.5, a tradução direta desse versículo é uma afirmação da divindade de Jesus Cristo, a Revised Standard Version e a New English Bible objetam. Ambas incorretamente propõem traduções onde “Deus eternamente bendito” é considerado como uma doxologia ao Pai, antes que um título cristológico. A influência liberal é evidente. Concordamos com John Murray, que após uma análise exegética completa do versículo, sustenta: “Podemos assim concluir que não há nenhuma boa razão para nos afastarmos da construção e interpretação tradicional desse versículo e, por outro lado, há razões preponderantes para adotá-la”.

Então temos a Tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová, onde João 1.1 é traduzido da seguinte forma: “A Palavra era um deus”. A razão alegada para essa tradução é que no original grego não há nenhum artigo definido antes de Deus; por conseguinte, deve ser traduzido como “um” deus. Vários comentaristas e estudiosos do grego têm apontado, contudo, que essa objeção é respondida pelo que é conhecido como “a regra de E. C. Colwell”. Essa “regra” declara que “um predicado nominal definido tem o artigo [definido] quando ele segue o verbo; ele não tem o artigo [definido] quando precede o verbo [como em João 1.1]”.[24] Em outras palavras, existe toda razão para que o versículo deva ser traduzido como “a Palavra era Deus”, e nenhuma razão legítima pela qual deva ser traduzido de outra forma — exceto, certamente, como resultado de uma simples e pura influência. Tal é o caso com as Testemunhas de Jeová. Em seu Should You Believe in the Trinity? [Você deveria crer na Trindade?], o autor, mesmo após admitir que a regra de Colwell se aplica a João 1.1, ainda mantém que a tradução deveria ser com o artigo indefinido “um”. A razão dada é que “o testemunho de toda a Bíblia é que Jesus não é Deus Todo-Poderoso”. Isso é claramente um caso de falácia lógica.

      1. Filho de Deus

Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele e ele em Deus.”

1 João 4:15

Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.” (Marcos 1:1).

Referindo-se a Jesus como o Filho de Deus (e.g., João 1.49; 10.36), os escritores do Novo Testamento atribuem divindade a Jesus. Como lemos em João 5.18, os judeus contemporâneos de Jesus entenderam claramente que, ao dizer que Deus era seu Pai, Jesus estava “fazendo-se igual a Deus”. Em seu julgamento diante do sumo sacerdote, quando perguntado: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus?” (Mateus 26.63), Jesus replicou no afirmativo (versículo 64). De acordo com Levítico 24.16 (Mateus 26.65,66), os juízes, reconhecendo essa reivindicação de divindade ontológica, consideraram Jesus culpado de blasfêmia e o sentenciaram à morte.

Jesus, como o Filho de Deus, não é ontologicamente subordinado ao Pai.[26] Sua filiação é uma relação intratrinitariana, denotando uma unidade essencial com o Pai. Algumas vezes o Novo Testamento refere-se a Cristo como o “unigênito” (monogenes) do Pai (João 1.14,18; 3.16). Mas a palavra monogenes [derivada de duas palavras gregas — mono (um) e genos (tipo)] significa “um de um tipo”, e tem a ver com a “exclusividade” de Cristo. Unigênito (monogenes) não implica em que Jesus, como a Segunda Pessoa da Trindade, tenha sido criado ou nascido, ou que em algum sentido seja ontologicamente subordinado ao Pai. Como B. B. Warfield escreve: “O adjetivo ‘unigênito’ transmite a ideia, não de derivação e subordinação, mas de exclusividade e consubstancialidade: Jesus é tudo o que Deus é, e somente ele é isso”.

Como o Filho unigênito do Pai, então, Jesus é único. Os cristãos são como filhos e filhas de Deus o Pai, mas são filhos adotados (Romanos 8.14-16; Gálatas 4.4-6). Em João 20.17, Jesus faz uma distinção entre seu relacionamento com o Pai e o relacionamento de seus discípulos com o Pai: “Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus”.

LISTA DE NOMES E TÍTULOS MAIS PROEMINENTES DE JESUS CRISTO



Existem, como escrito acima, cerca de 320 nomes e títulos de Cristo encontrados na Bíblia. A lista a seguir inclui apenas alguns dos mais proeminentes, organizados em três seções de acordo com nomes que refletem a natureza de Cristo, a Sua posição na tri-unidade de Deus e a Sua obra na terra em nosso favor.



A Natureza de Cristo

      1. Primogênito de toda a criação:

(Colossenses 1:15) – Não a primeira coisa que Deus criou, como alguns afirmam de forma incorreta, porque o versículo 16 diz que todas as coisas foram criadas por e para Cristo. Em vez disso, o significado é que Cristo ocupa o posto e preeminência do primogênito sobre todas as coisas, que Ele sustenta a posição mais exaltada no universo, que Ele é preeminente sobre todos os outros e é o cabeça de todas as coisas.

      1. Filho de Deus:

(Lucas 1:35; João 1:49) – Jesus é o “unigênito do Pai” (João 1:14). Usado 42 vezes no Novo Testamento, o termo “Filho de Deus” afirma a divindade de Cristo.

      1. Filho do homem:

(João 5:27) – Usado como um contraste com “Filho de Deus”, esta frase afirma a humanidade de Cristo que existe ao lado de Sua divindade.

      1. Cabeça da Igreja:

(Efésios 1:22, 4:15; 5:23) – Jesus Cristo, não um rei ou um papa, é o único governante supremo e soberano da Igreja, ou seja, daqueles por quem Ele morreu e que têm colocado sua fé nEle para obter a salvação.

      1. Santo:

(Atos 3:14, Salmo 16:10) – Cristo é santo, tanto em sua natureza divina quanto humana, e a fonte de santidade ao Seu povo. Pela Sua morte, somos feitos santos e puros diante de Deus.

      1. Juiz:

(Atos 10:42; 2 Timóteo 4:8) – O Senhor Jesus foi designado por Deus para julgar o mundo e dispensar as recompensas da eternidade.



      1. Rei dos reis e Senhor dos senhores:

(1 Timóteo 6:15, Apocalipse 19:16) – Jesus tem domínio sobre todas as autoridades da terra, sobre todos os reis e governantes, e ninguém pode impedi-lo de realizar os seus propósitos. Ele os dirige como lhe agrada.

      1. Luz do Mundo:

(João 8:12) – Jesus entrou em um mundo escurecido pelo pecado e derramou a luz da vida e a verdade por meio de Sua obra e Suas palavras. Jesus abre os olhos daqueles que confiam nEle e andam na luz.

      1. Príncipe da paz:

(Isaías 9:6) – Jesus não veio trazer paz ao mundo como na ausência de guerra, mas a paz entre Deus e o homem que estavam separados pelo pecado. Ele morreu para reconciliar os pecadores a um Deus santo.

      1. Palavra:

(João 1:1, 1 João 5:7-8) – A Palavra é a segunda pessoa da trindade, o que falou e assim foi feito, o que falou todas as coisas à existência do nada na primeira criação, o que estava no princípio com Deus Pai, e era Deus, e por quem todas as coisas foram criadas.

      1. Palavra de Deus:

(Apocalipse 19:12-13) – Este é o nome dado ao Cristo que é desconhecido por todos, menos por Si mesmo. Esse termo denota o mistério da Sua pessoa divina.

      1. Palavra de Vida:

(1 João 1:1) – Jesus não só falou palavras que conduzem à vida eterna, mas de acordo com este versículo, Ele é as próprias palavras de vida, referindo-se à vida eterna de alegria e satisfação que Ele proporciona.

Pedra Angular: (Efésios 2:20) – Jesus é a pedra angular do edifício da Sua Igreja. Ele cementa juntos os judeus e gentios, homens e mulheres – todos os santos de todas as épocas e lugares em uma estrutura construída sobre a fé nEle, a qual é compartilhada por todos.



Sua posição na trindade

      1. Alfa e Ômega:

(Apocalipse 1:8; 22:13) – Jesus declarou ser o início e o fim de todas as coisas, uma referência ao verdadeiro Deus e ninguém mais. Esta declaração de eternidade só pode ser aplicada a Deus.





      1. Emanuel:

(Isaías 9:6, Mateus 1:23) – Literalmente “Deus conosco”. Tanto Isaías quanto Mateus afirmam que o Cristo que nasceria em Belém seria o próprio Deus que veio à Terra na forma de um homem para viver entre o Seu povo.

      1. Eu Sou:

(João 8:58, com Êxodo 3:14) – Quando Jesus atribuiu a Si mesmo este título, os judeus tentaram apedrejá-lo por blasfêmia. Eles compreenderam que Jesus estava declarando ser o Deus eterno,o imutável Jeová do Antigo Testamento.

      1. Senhor de todos:

(Atos 10:36) – Jesus é o Senhor soberano sobre o mundo inteiro e todas as coisas nele contidas, de todas as nações do mundo, e particularmente do povo escolhido de Deus, tanto gentios quanto judeus.

      1. Verdadeiro Deus:

(1 João 5:20) – Esta é uma afirmação direta de que Jesus, sendo o verdadeiro Deus, não é apenas divino, mas é o Divino. Já que a Bíblia ensina que há somente um Deus, isso só pode estar descrevendo a Sua natureza como parte do Deus triúno.



Sua obra na Terra

      1. Autor e Consumador da nossa fé:

(Hebreus 12:2) – A salvação é alcançada através da fé que é dom de Deus (Efésios 2:8-9) e Jesus é o fundador da nossa fé e o seu consumador também. Do primeiro ao último, Ele é a fonte e o sustentador da fé que nos salva.

      1. Pão da Vida:

(João 6:35; 6:48) – Assim como o pão sustenta a vida no sentido físico, Jesus é o Pão que dá e sustenta a vida eterna. Deus providenciou o maná no deserto para alimentar o seu povo, e Ele providenciou Jesus para nos dar a vida eterna através do Seu corpo partido por nós.

      1. Noivo:

(Mateus 9:15) – O retrato de Cristo como o Noivo e a Igreja como a Sua Noiva revela a relação especial que temos com Ele. Estamos ligados uns aos outros em uma aliança de graça que não pode ser quebrada.





      1. Redentor:

(Romanos 11:26) – Assim como os israelitas precisavam que Deus os libertasse da escravidão do Egito, assim Cristo é o nosso Redentor da escravidão do pecado.

      1. Bom Pastor:

(João 10:11,14) – Nos tempos bíblicos, um bom pastor estava disposto a arriscar a sua própria vida para proteger as suas ovelhas dos predadores. Jesus deu a Sua vida por Suas ovelhas e Ele cuida, nutre e nos alimenta.

      1. Sumo Sacerdote:

(Hebreus 2:17) – O sumo sacerdote judeu entrava no templo uma vez por ano para fazer expiação pelos pecados do povo. O Senhor Jesus executou essa função por Seu povo de uma vez por todas na cruz.

      1. Cordeiro de Deus:

(João 1:29) – A Lei de Deus exigia o sacrifício de um cordeiro perfeito e imaculado como expiação pelo pecado. Jesus se tornou o Cordeiro levado mansamente para o abate, mostrando a Sua paciência em Seus sofrimentos e a Sua prontidão para morrer pelos que lhe pertence.

      1. Mediador:

(1 Timóteo 2:5) – Um mediador é um que fica entre duas partes para reconciliá-las. Cristo é o único Mediador que reconcilia os homens a Deus. Orar a Maria ou aos santos é idolatria porque ignora esse papel mais importante de Cristo (o de Mediador), atribuindo-lhe a outro.

      1. Rocha:

(1 Coríntios 10:4) – Assim como a água que dá vida fluiu da rocha que Moisés bateu no deserto, Jesus é a Rocha da qual fluem as águas vivas da vida eterna. Ele é a Rocha sobre a qual construímos nossas casas espirituais, de modo que nenhuma tempestade possa sacudi-las.

      1. Ressurreição e a Vida:

(João 11:25) – Em Jesus encontramos o meio para ressuscitar os pecadores à vida eterna, assim como Ele ressuscitou dentre os mortos. Nosso pecado é sepultado com Ele, e somos ressuscitados para andar em uma nova vida.

      1. Salvador:

(Mateus 1:21, Lucas 2:11) – Ele salva o Seu povo ao morrer para redimi-los, ao dar-lhe o Espírito Santo para renová-los pelo Seu poder, ao capacitá-los a enfrentar os seus inimigos espirituais, ao sustentá-los durante as provações e morte e ao ressuscitá-los no último dia.

Videira Verdadeira: (João 15:1) – A Videira Verdadeira fornece tudo de que os ramos (crentes) necessitam para produzirem o fruto do Espírito — a água vida da salvação e o alimento da Palavra.

      1. Caminho, Verdade, Vida:

(João 14:6) – Jesus é o único caminho para Deus, a única verdade em um mundo de mentiras e a única fonte verdadeira da vida eterna. Ele incorpora todos os três tanto em um sentido temporal quanto eterno.

 

José Cícero Moreira, pastor.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SINERGIA - Vocês já ouviram falar de sinergia? Juntos buscando a Deus

Amor, unidade e companheirismo na obra de Deus - Fora o egoísmo.

REFLEXÃO SOBRE A CRIAÇÃO DA HUMANIDADE E DA DEPENDÊNCIA DA HUMANIDADE A DEUS!